quarta-feira, 5 de agosto de 2009

FALA CANTADOR

Um pouquinho de aguardente
A muita gente conforta
Faz esquecer a tristeza,
Revive a esperança morta
Até as mulheres bebem
Também por detrás da porta!


Quando eu pego na viola
Disposto a cantar repente
Digo ao dono do "pagode":
- Traga um pouco de aguardente...
Bebo pra matar o frio
E bebo pra ficar quente!


Hoje bebe todo mundo
Deputado e senador,
Bebe o soldado, o sargento,
O juiz, o promotor.
Como é que pode deixar
De beber o cantador?
Siqueira de Amorim

sábado, 1 de agosto de 2009

RITUAL

1) Chegar ao balcão do boteco e pedir uma;
2) Fazer cara feia ao receber o copo;
3) Jogar no chão um pouco para o Santo;
4) Limpar a garganta;
5) Fazer outra cara feia;
6) Derramar tudo de uma vez na goela;
7) Tornar a fazer careta;
8) Cuspir;
9) Pagar e mudar de bar.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

VERSOS MALEDITOS

Não quero conselho amigo
Para eu largar de beber.
Quem não fuma, quem não bebe,
Que alegria pode ter?

No fundo de um alambique
Quero a minha sepultura,
Pois mesmo depois de morto
Quero estar na fartura.

Mandei fazer uma ponte
De madeira, de canela,
Pra passar toda a cachaça
Da ponte pra minha goela.

A cachaça na garganta
Escorrega como o quiabo;
Quando chega na cabeça
Faz arte do diabo...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

OS 10 MANDAMENTOS DO BEBUM

1˚ bebê
2˚ pagá
3˚ cuspi
4˚ saí
5˚ voltá
6˚ repiti
7˚ caí
8˚ drumi
9˚ levantá
10˚ curá ressaca

HINO DA CACHAÇA

Com a marvada pinga é que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali não saio.
Ali mesmo eu bebo, ali mesmo eu caio
Só pra carregá é que eu dou trabalho, oi lá


A mulher me disse, ela me falô
Largue de bebê, peço por favô
Prosa de muié nunca dei valô
Bebo com sor quente pra esfriar no calô
E bebo de noite é pra fazê suadô, oi lá


Cada veiz que eu caio, caio diferente
Meaço pra trais e caio pra frente
Caio devagar, caio de repente
Vou de currupio, vou diretamente
Mas sendo de pinga eu caio contente, oi lá


Eu bebo pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo no copo, bebo na tigela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo vai pinga na güela, oi lá


Eu fui numa festa no rio tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me deram pinga pra mim bebê
Já me deram pinga pra mim bebê
Tava sem fervê


Eu bebi demais e fiquei mamado
Eu caí no chão e fiquei deitado
E, só fui pra casa de braço dado
De braço dado com dois soldado
Muito obrigado

sábado, 25 de julho de 2009

POESIA

"Queiram ou não queiram seus adversários, a Cachaça é
Uma utilidade pública brasileira,
Dado histórico nacional,
Remédio que não se compra nas farmácias e costuma
Produzir muito mais efeito
Que as drogas sofisticadas,
Com suas bulas herméticas,
Não lhe faço apologia,
De que não precisa.
Registro sua presença cultural,
Seu fascínio sobre a mente do povo."
Carlos Drummond de Andrade

PRIORIDADES

Quando é hora de bebê, nóis bebe,
Quando é hora de comê, nóis come,
Quando é hora de amá, nóis ama,
Quando é hora de trabaiá...
Aí nóis dorme,
Porque ninguém é de ferro.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

ORAÇÃO DO BEBUM


Santa Cana que se extrai da roça,
purificado seja o teu caldo.
Aguardente sem mistura,
venha a nós o vosso líquido
a ser bebido a nossa vontade,
assim no boteco como em qualquer lugar.
Cinco litros por dia nos dai hoje,
perdoai o dia em que bebemos de menos
assim como perdoamos o mal que a "marvada" faz.
Não nos deixeis cair atordoados
e livrai-nos da radiopatrulha.
Amém.

A POESIA DO CACHACEIRO

Pra curar sua paixão, beba pinga com limão
Pra curar sua amargura, beba pinga sem mistura
Contra dor de cotovelo, beba cachaça com gelo
Contra falta de carinho: cachaça, cerveja e vinho
Se brigar com a namorada, beba pinga misturada
Se brigar com a mulher, beba pinga na colher
Quem dá amor e não recebe, mistura todas e bebe
E se alguém te faz sofrer, beba para esquecer
Pra curar seu sofrimento, beba pinga com fermento
Pra esquecer um falso amor, beba pinga com licor
Pra acalmar seu coração, beba até cair no chão
E se a vida não tem graça, encha a cara de cachaça
Pra você ganhar no bicho, beba uma no capricho
Pra ganhar na loteria, beba pinga na bacia
Pra viver sempre feliz, beba pinga com raiz
E se você não tem sorte... beba pinga até a morte
Se essa vida de cão só te faz sofrer...
O remédio é beber...

CACHAÇA NA MÚSICA

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CACHAÇA NÃO É ÁGUA NÃO
Se você pensa que cachaça é água

Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão...
Pode me faltar tudo na vida

Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
Que tudo isso não faz falta não.
Pode me faltar o amor

Isso eu até acho graça
Só não quero que me falte A danada da cachaça...
Autoria: Mirabeau Pinheiro, L.de Castro e H.Lobato

SACA-ROLHA
As águas vão rolar,

Garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
Eu passo a mão no saca-saca-saca-rolha,
E bebo até me afogar!
Se a polícia por isso me prender

E na última hora me soltar
Eu passo a mão no saca-saca-saca-rolha
E bebo até me afogar.
Autoria: Zé da Zilda e Zilda do Zé

PORQUE BEBES TANTO ASSIM
Por que bebes tanto assim rapaz?

Chega, já é demais.
Se é por causa de mulher é bom parar,
Porque nenhuma delas sabe amar.
Sei que tens em tua vida um enorme sofrimento
Mas, não penses que bebida seja algum medicamento.
De ti não terei mais pena,
É bom parar por aí,
Quem não bebe te condena,
Quem bebe zomba de ti.
Autoria: Noel Rosa e Rubens Soares

CAMISA LISTRADA
Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí,

Em vez de tomar chá com torrada,
Bebeu para ti levava um canivete na cinta
E o pandeiro na mão e sorria quando
O povo dizia
Sossega leão, sossega leão
Autoria: Assis Valente

TEM NÊGO BEBO AÍ
Foi numa casca de banana,

Que eu pisei, pisei,
Escorreguei, quase caí,
Mas a turma lá de trás gritou:
Tem nego bebo aí,
Tem nego bebo aí.
Autoria: Mirabeau Pinheiro e Airton Amorim

EU BEBO SIM

Eu bebo sim

Bebida não faz mal a ninguém
Estou vivendo
Bebida não faz mal a ninguém
Tem gente que não bebe
Bebida não faz mal a ninguém
Está morrendo
Água faz mal a saúde
Cuidado com a cirrose
Autoria: Luiz Antonio

PINGA MARVADA

Com a marvada pinga é que eu me atrapaio,

Eu entro na venda e já dô meu taio,
Pego no copo e dali não saio,
Ali mesmo eu bebo, ali mesmo eu caio,
Só pra carregá que eu dô trabaio.
Autoria: Laureano e Raul Tonnes